SINGELA HOMENAGEM (LUGARES DO BRASIL)

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Diretamente do blog do Perisse:São João do Sorrilândia: quadrilha e muita animação com a banda 'Política Safada'!


Uma das coisas mais curtidas que encontrei ao me mudar para o Sorrilância foi me reencontrar com o som alegre dos ensaios da quadrilha do bairro. O local de ensaio era próximo da minha casa de onde eu podia ouvir a música, as ordens do mestre, o arrastado dos pés e a algazarra da bincadeira.

Isso fazia me recordar do subúrbio onde nasci no Rio de Janeiro e da quadrilha que ajudei a organizar na minha juventude. Durante a semana eu aguardava com alguma expectativa os dias de ensaios e me deitava na rede para ficar ouvindo. Momentos muito bons.

Nessas ocasiões pensei como o povo do nosso bairro é bom. Mesmo sem água, com várias ruas esburacadas e sem calçamento e com muitas dificuldades devido a falta ou a precariedade dos empregos, brincava e se divertia como se tivessem um alto nível de qualidade de vida. Nosso povo realmente é muito bom.

Não pude deixar de pensar também nos políticos sebosos da nossa cidade. Um bairro com tantas carências e nenhum político aparece sequer para visitá-lo. O nosso povo é bom, mas os políticos não prestam.

Chegou o dia da festa e da apresentação da quadrilha já ensaiada. Eu pensei em ir curtir no local. Já estava no banho quando de repente aquela brincadeira toda mudou. Para azar de todo mundo, os políticos assumiram a direção do espetáculo.

Tudo começou com a instalação do som. Um potentíssimo equipamento logo cedo começou a ser testado com um volume ensurdecedor. Já nos testes começou o desfile dos nomes dos políticos. Só se falava de Fábio Tyrone, Gilmar Marques, Renato Sonrisal e Cascalho Gadelha. Nenhuma citação aos moradores que organizaram a festa, ao mestre que treinou a quadrilha, ao comércio local que financiou a sua organização.

Para quem chegasse desavisado, pareceria que os políticos é que organizaram aquilo tudo. Na realidade eles deram alguma grana, vinda dos cofres públicos de forma direta ou indireta. Mas viraram logo os donos da festa. Muita cara-de-pau!

O som no volume ensurdecedor é usado para alcançar o maior número de pessoas, o mais long possível. E fazer todos pensarem que aqueles políticos fizeram aquela festa para o povo. A festa feita pelo povo vira então uma festa dos políticos para o povo. Uma vergonhosa manipulação da verdade.

Resolvi não ir mais. Francamente me enoja ver os sorrisos fáceis dos políticos nessas ocasiões, o cinismo da sua falsa alegria ao abraçar o povo. Realmente sinto nojo da forma que eles se comportam em festas assim.

O loucutor continuou mencionando o tempo todo o nome dos políticos, umas poucas vezes falou no Mercadinho Batista e no Miro Materiais de Construção, comércio local que efetivamnte ajudou na feta. Quanto ao nome dos organizadores e do mestre quadrilheiro, nada! Nome dos participantes da quadrilha, nada! Quase o tempo todo o locutor se concentrou no nome dos polítios, fazendo uma propaganda eleitoral fora de época, proibida por lei.

No início da madrugada começaram a chegar os políticos que só vão aos bairros em dia de festa. Com grande estardalhaço o locutor anunciou a chegada da "Família Sonrisal!" foi dando os nomes Renato Sonrisal, Fulano Sonrisal, Siclano Sonrisal.

Foram todos ali curtir a grana preta que estão ganhando com os calçamentos Sonrisal que estão fazendo por toda a cidade. É tanto calçamento Sonrisal que abandonaram o Garajau que anteriormente enfeitava os seus nomes. Virou assim, a família Sonrisal.

Lá chegou Cascalho Gadelha também comemorando o golpe que deu em todo o seu eleitorado ao fraudar as eleições de Sousa, passando para o lado do prefeito e lhe dando uma maioria de dois terços que não conquistou nas urnas. Tudo isso depois de jurar em seu nome, do seu pai e do seu filho que não faria isso. Sua palavra passou a valer menos do que um papel higiêncio usado.

O som ensurdecedor avançou pela madrugada, um crime patrocinado pela prefeitura e o peso dos meus 67 anos me fez dormir. Por isso não sei se Tyrone compareceu. Pouco depois das 2 horas da madrugada fui acordado com o cantor da banda aos gritos de "No furiquito não! No furiquito não!

Mal dormido achei que os políticos tinham partido para os finalmentes em cima do povo. Ou melhor dizendo tinham partido para o furiquito do povo! Mas logo me recuperei e vi que era apenas uma dessas músicas que apelam para o duplo sentido para fazer sucesso.

Mas fiquei cabreiro e não consegui dormir mais até as 3 horas quando a banda "Política Safada" parou. Do jeito que esses políticos são, resolvi não dar sopa com o meu furiquito. Sei lá, pô! Se der sopa eles créo!


Matéria e foto extraída do blog do perisse
http://fperisse.blogspot.com

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