SINGELA HOMENAGEM (LUGARES DO BRASIL)

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Igreja da Matriz é Autodestrutiva


Era uma vez uma Torre... Era uma vez mais outra Torre... E foram bingos, leilões e tantas outras celebrações. Um governador, outro governador e mais um governador que jurou na cruz ensangüentava do cristo prometera a ressurreição da Torre, só que esperamos o domingo da Páscoa, da Ressurreição, mas o que inesperadamente aconteceu foi o contrário, mais um torre fora crucificada e os escombros dramatizando as inconseqüências de providências não tomadas.
A estrutura física e arquitetônica metaforicamente compara-se a um paciente em estado terminal , uma verdadeira metástase, que vai disseminado, alastrando e verificando lento a lento o seu próprio fim, mas o que mais me assusta e me entristece neste óbito previsível é a indiferença plausível às obras de artes ali contidas. Se não tem como salvar a vida, doe pelo menos os órgãos, não deixe que a destruição possa acarretar a beleza artística.
Creio, sem nenhuma fé metafísica, que não seja absoluta e majoritária o desejo da restauração da igreja, talvez a demolição seja o caminho mais racional, ora que a estrutura física fora feita de saliva, areia do Rio do Peixe e barro de exu de abelhas, o que logicamente a possibilidade do ocorrido era plena.
O que seria menos danoso e conflituoso era abrir o debate com a população, democraticamente, para opinar e sugerir alternativas que possam solucionar, racionalmente, a achaque que evidencia a Igreja da Matriz Nossa Senhora dos Remédios.
Ouvir não somente a comunidade católica, mas também os evangélicos, os espíritas, os umbandas, seguidores de Jeová, os bêbados, os muçulmanos, os estudantes, as dançarinas, os hindus, os feirantes, os fariseus e os ateus... Pois o debate tem que ser amplo por se tratar de patrimônio pertencente ao povo, sem distinção de crença.
Eu defendo a razoabilidade.
E se todos preferissem uma nova paróquia, com sistema de ar e refrigeração, cadeiras confortáveis, monitoramente de câmeras, sistema de segurança, acesso a bíblia online, rampas para deficientes e uma torre bem alta e segura que possa ser vista até os municípios limítrofes.

Patrimônio Cultural? E você ainda acredita...

Fico com pena e dó da baleia do Açude de Boqueirão, pelo menos estou deitado na minha rede confeccionada no município de São Bento, enquanto a pobre da baleia nem terá sua cama quando Boqueirão estourar... Até ela morrerá afogada.

Bendita sejam as palavras do senso e da racionalidade.

Muita Paz!

Eraldo Pordeus

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